
RIO DE JANEIRO - Mais do que pautas, o principal em um programa como o 'Saia Justa' é encontrar um elenco entrosado, capaz de ter opiniões diferentes sobre um determinado assunto. E, nesse quesito, a atual temporada está bem servida.
Astrid Fontenelle assumiu o posto que durante dez anos foi de Mônica Waldvogel com muita propriedade. Uma das melhores comunicadoras da TV brasileira, a loira tira de letra a difícil missão de conduzir o debate com mais três mulheres.
A jornalista Barbara Gancia apimenta as discussões com sua bagagem cultural e auto ironia. É geralmente quem rebate as opiniões das companheiras - às vezes, apenas para instigar ainda mais o grupo.
Com suas histórias engraçadas, Mônica Martelli não teme abrir sua vida no programa e conta toda semana aquela história que a gente pensa que nunca acontece com o outro e dá leveza ao papo.
Já Maria Ribeiro é a maior surpresa do projeto. A esposa de Caio Blat nunca foge dos temas, fala com propriedade de assuntos espinhosos e não tem medo de abrir sua intimidade e fazer confissões.
A atual formação passa longe da combinação explosiva das integrantes das primeiras temporadas. Por ali não há mais intrigas, debates fervorosos ou protestos. Quem acompanha o projeto não esquece Rita Lee muda apenas tricotando no sofá como forma de manifestação.
No entanto, a produção encontrou uma turma capaz de dar novo fôlego à produção depois da passagem para lá de sem graça de Maria Fernanda Cândido e Du Moscovis - que procuravam sempre se abster em uma atração cuja ideia é mostrar seu ponto de vista.
O time comandado por Astrid, entretanto, tem sido prejudicado por conta de temas debatidos à exaustão naquele sofá. O tempo também não ajuda. Quando o assunto esquenta, o papo é interrompido. Uma boa ideia seria diminuir o tema para dois por edição em vez de quatro.
Ainda assim, 'Saia Justa' continua sendo uma ótima opção para quem não aguenta mais as novelas, os programas de auditório e os policialescos da TV aberta.
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